sábado, 26 de maio de 2012

Alimentação Rápida, Padronizada e Feliz: Um Alerta à Saúde das Nossas Crianças!

O Brasil é um país de extremos! Esta afirmação não é novidade mesmo quando se trata de temas relacionados à alimentação infantil.
Enquanto debatemos assuntos como desnutrição, aprendizagem e suas relações com a qualidade da merenda escolar, nossas crianças são bombardeadas pelos refrigerantes, frituras e doces (alimentos de alto valor calórico e baixo valor nutritivo).


            De fato, a alimentação é muito mais do que apenas nutrientes. É uma fonte de prazer que tem um significado próprio para cada pessoa ou grupo, caracterizando parte de uma identidade sócio-cultural.
Em nosso país, os hábitos alimentares dos povos indígenas, negros e europeus estão se rendendo cada vez mais rápido à cultura fast-food, caracterizada pela rapidez, higiene, divisão do trabalho e produção de alimentos padronizados e em série.
Quantas crianças têm abandonado a cultura alimentar brasileira e preferem um fast-food a uma dieta regada de frutas e vegetais?


            A grande crítica sobre esses alimentos constitui-se em seu alto valor calórico, associado ao aumento de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes, principalmente na população infantil.
            Atitudes como a conciliação de alimentos com lançamentos de brinquedos (a chamada “venda casada”) em seus “lanches felizes” ou “lanches kids” (hipercalóricos, ricos em sal, gordura saturada e açúcar) seriam capazes de promover o abandono da cultura alimentar típica de regiões brasileiras em substituição a um modelo estadunidense baseado em fast-food?


Não tenho dúvidas de que o consumo desses lanches (refrigerante, batata-frita e hambúrguer, principalmente) é influenciada não propriamente pelas qualidades do produto, mas sim pela associação aos brinquedos que o acompanham, o que é algo no mínimo “estranho” ao processo alimentar.
Mas até que ponto comerciais que mostram a ida à lanchonete como uma experiência feliz, idealizando “comida, família e diversão” afeta a formação dessas crianças?
O fato é que a cultura fast-food implantou-se no país em velocidade vertiginosa, transformando-se em cultura alimentar tradicional.
Educar para comer bem e de forma saudável sem dúvidas constitui-se um desafio para nós cidadãos, pais e professores, já que a alimentação é uma das principais determinantes de uma vida saudável.
Conscientizar nossas crianças sobre o significado prático de uma alimentação saudável é de extrema importância para estes indivíduos ainda em processo de desenvolvimento da formação de conceitos tão importantes ao longo da vida.

Citar este trabalho como: TROMBETE, F. M. Alimentação rápida, padronizada e feliz: um alerta à saúde de nossas crianças! Folha Azul, Rio de Janeiro, p.04 - 04, 2011.

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